quinta-feira, 10 de novembro de 2011

1/2 Dia,1/2Eco,1/2 Boca! Meio ambiente, não Agricultura.

Sábado dia 5 novembro, foi realizado em Paraibuna o EcoDia. Que sob meu módico olhar, nada mais é que um dia voltado à Educação Ambiental. Já que sair de casa para pegar lixo na beira do rio um dia no ano não faz o menor sentido sem todo um trabalho de conscientização ambiental por trás. Faz?

Vamos pelo começo.

Fiquei sabendo graças à Chefia do Grupo Escoteiro, qual meu filho participa e que integraria o evento junto de outros setores da sociedade civil. Fui avisado por e-mail, com folder digital elaborado pela Prefeitura e tudo! -Chique! Como se diz aqui em Paraibuna, terra de gente bonita (parabéns!). Fiquei feliz, começamos bem. A internet sendo utilizada para divulgação ecologicamente correta em um evento ecológico. Prometia!

-Vamos lá!

Sábado, ainda com preguiça, eu e meu filhote nos dirigimos até o local. Chegamos um pouco atrasados, inclusive, já batiam as oito, mas não éramos os únicos. Chegando ao Bosque Municipal nos deparamos com uma infra-estrutura extraordinária. Três tendas enormes compatíveis com as utilizadas na “Pamonhada”, mais três tendas de apoio onde se podia conseguir água e kit-lanche.

Abertura como todas. Sem problema. O apresentador estratégico, chama à palavra o responsável pela frente de Agricultura do município. Que no nosso caso é o Marquinhos (da Agricultura), conhecido da moçada! Na fala, pensamentos positivos e motivacionais permeados de clichês ambientais.

Enfim, depois das palavras de hora. - Perna para quem te quero!, para uns e; -Vamos juntar lixo para outros! Escoteiros se dirigiram à beira do córrego, terceira idade aos ônibus, bombeiros ao rio, jovens do IHH Fauser ao córrego Laranjeiras e adjacências, e borá lá!...Trabalharam na catação do lixo umas três horas pelo menos. E, ao final... bastante lixo foi juntado comprovando a falta de consciência ambiental dos nossos cidadãos; naturalmente por falta de: Educação Ambiental! Ao final palavras de agradecimento do anfitrião da Agricultura de nossa cidade.

Falta de coerência;

O kit- lanche, que era um pão com presunto e queijo embalado em Plástico, acompanhado de uma garrafinha de Plástico com suco de uva, tudo isso dentro de um saco Plástico. Se já não bastasse o alto nível de industrialização dos produtos: uva em pó, pernil de porco do centro-oeste brasileiro prensado depois fatiado, alimento de bezerro qualhado depois fatiado, pão feito com farinha transportada da Argentina para cá e plástico, muito, muito, plástico! -Triste!

No dia do EcoDia a distribuição de frutas da época deve ser praticada com a finalidade de estimular os alimentos não industrializados. Distribua frutas (de época) como alimento juntamente com palestras de conscientização alimentar (Saúde e meio- ambiente, numa só!).

A educação ambiental deve ensinar o contrário da cultura de massa (cultura de consumo pag. 3 a 21). Não reforçá-la! -Sacô Mano?

Falta de coesão;

Educação e Educação Ambiental? Gostaria de saber o que o secretariado entende por Educação e Educação ambiental. Pergunte a eles na próxima reunião Prefeito. E vai ver que não sai muita coisa. O eco é lógico e o pior; falta coesão!

É inimaginável organizar tal iniciativa sem integração e troca de idéias entre Educação e Meio-Ambiente (aqui representado pelo Agricultura).

Critica dura

Gostaria de fazer referência a cara de pau do (Agricultura). Você não pode acreditar nas coisas que falou depois de ter cortado uns 400 anos em árvores nos últimos meses e plantado coqueiro e rameirinhas no lugar.

-Canastrão! [coloq.]

Até fiz uma “frase de efeito” para ser adicionada ao slogan da Casa do ( Agricultura).

“Casa da Agricultura, onde preservação se faz com moto-serra e plástico!”

Árvores cortadas: Todas, atrás da Prefeitura! Todas da subida da gruta! Mais algumas na frente da Vila Camargo, na saída da cidade, entre outras... mais leia aqui .(fotos)

Meus caros,

Sabe qual é o problema. Educação ambiental se faz com Educação: Onde estavam os alunos e professores das escolas do município? O que foi ensinado? O que ficou de conscientização na cabeça dos participantes? O que se falou em preservação e meio ambiente?

Para que serviu o Ecodia?

Para mim foi um gasto vultoso. Com produção de cenário cinematográfico para a produção de “fatos”. E “fotos” que comporão as páginas da próxima edição da revista da Prefeitura. Onde vai parecer que a Prefeitura investe em Conscientização Ambiental, Educação Ambiental, Turismo-lazer, Saúde... Mas é mentira! Não é um dia juntando lixo que vai fazer as pessoas mudarem (se conscientizarem!) tão pouco as que não estavam lá.

As pessoas precisam ouvir interlocutores que manjem do assunto. Pelo menos uma hora de palestra com pessoas envolvidas na área de meio ambiente. Meio ambiente, não Agricultura.

Esperança;

Me resta sonhar com o dia onde o “eco” tenha realmente o significado de ecológico.

Palestras e Oficinas voltadas à conscientização ambiental com a presença massiva das escolas do município, que é onde está à consciência do futuro e que é onde realmente devemos investir educando, capacitando e por fim formando o futuro do nosso município. Crianças, adolescentes e jovens! Este é o público-alvo! Não adianta a presença massiva da terceira idade, mesmo que bem vinda, mas não são eles que mudarão o futuro.

Imagino nas tendas; apresentação (para conscientização) da importância da Coleta Seletiva de Lixo, maquete-esquemática do funcionamento do moderníssimo aterro sanitário com exposição do projeto das futuras instalações das ETEE's (Estações de Tratamento de Esgoto) que ficarão prontas em 2020 e finalizarão um grande projeto Turístico-ambiental do município.

O vereador que apresentou o projeto de lei que OBRIGA a instalação de fossas-sépticas em novas casas de todo o município de Paraibuna (inclusive do centro da cidade) apertando a mão do Diretor de Meio-Ambiente, que por iniciativa própria e com apoio do executivo, trouxe qualificação de mão de obra para as macro e micro-regiões do município com o tema: “Funcionamento e dimensionamento de fossas sépticas e sumidouros”, além do aporte técnico dado aos munícipes no planejamento e técnicas de manejo de Agroflorestas com objetivo de estimular a subsistência digna de famílias da zona rural.

2 comentários:

  1. Isso por que foi a segunda edição né? Vai levar umas 10,15 edições para apreender e quem sabe depois conscientizar.
    É isso ai Joel, Muito bom!

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  2. Obrigado Alê! O que mais queria que ficasse claro, é que, dinheiro para fazer e transformar, temos. O que não temos é qualidade de vazão e qualificação.Mais assim, estou cauteloso, pois não acompanho as frentes de participação popular de meio-ambiente.

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